É um costume tradicional japonês em que
um homem e uma mulher, que não se conhecem, mas estão com o objetivo de se casar,
são apresentados, indicados ou recomendados um ao outro, para ver a
possibilidade de matrimônio. Os intermediários entre essas duas pessoas podem
ser familiares, amigos, vizinhos, chefe, algum conhecido ou até mesmo empresas
especializadas. Uma vez que a pessoa está interessada em arrumar um casamento
dessa forma, ela faz uma espécie de currículo com fotos e com seu perfil e, então,
é mandando para o pretendente. Se ambos se interessarem, eles marcam um
encontro em um local público, como um restaurante. Além disso, têm que seguir
as regrinhas de etiquetas, que são: o tipo de traje para vestir, como se
comportar e o que conversar.
Depois
do encontro, se não houver interesse, qualquer um dos dois tem o direito de
recusar a proposta, sem problema algum. Porém, mesmo que tenham esse direito,
pode acontecer que, por causa da idade, família, posição social ou empresa, a pessoa
se sinta pressionada, tendo que aceitar a noiva ou o noivo, seja lá quem for.
Pode parecer estranho, mas alguns homens, apenas pela mulher ter um perfil e
aparência que seja compatível com sua mulher ideal, sem sequer a conhecer
direito, seguem com o casamento. Tem aqueles que, após o encontro, decidem
namorar para se conhecerem melhor, para ter certeza antes de prosseguirem com o
casamento.
Existem
regras: eles só podem manter esse relacionamento no máximo por três meses e,
então, casarem ou se separem. É claro que eles podem escolher interromper antes
dos três meses, ou seja, para casar ou para terminar, sem problema algum. Nesse
relacionamento, para se conhecerem melhor, eles fazem vários passeios para
lugares diferentes e, se sentirem química, até mesmo fazem sexo antes do
noivado. Quando, finalmente, eles decidem prosseguir com o casamento, de acordo
com as regras, estão livres para falar sobre sua carreira, situação financeira
e condição de saúde. Ao entrar em acordo, eles noivam e passam a cuidar dos detalhes
para o matrimônio. No casamento, eles fazem um agradecimento ao intermediário e
lhe dão um envelope com dinheiro, o qual a quantia depende da situação
financeira de cada um.
Três
meses são suficientes para se conhecerem? Esse tipo de casamento pode realmente
dar certo? Muitos acreditam que o amor pode vir depois do casamento. Sinceramente,
isso me traz muita curiosidade, pois queria ver o desenvolvimento do casamento
desse jeito. Na década de 30, fizeram uma pesquisa e as estáticas apontaram que
13% dos casamentos naquela época foram feitos através do Omiai. Os índices de
divórcio variavam de 7 a 9%. Já nos tempos atuais, 87% se casam por amor e 6,2%
ainda se casam através do Omiai, mas o índice de divórcio baixou para 5,7%. Agora,
como realmente é o relacionamento deles após o casamento, esse é um mistério
que eu amaria saber. Então, se alguém conhece algum dorama que traga esse tema,
me indique, porque os que conheço, geralmente, são casamentos forçados, que a
família escolheu. Queria algo mais natural, em que foi a própria pessoa que
decidiu.
A prática do Omiai começou no Japão no século XVI, entre
os samurais, que arrumavam casamento para fins políticos. Então, mais tarde, no
período Tokugawa (1603-1868), essa prática se espalhou pela classe urbana. Isso
é Omiai. Eu sempre tive minhas dúvidas e curiosidades. Já acho complicado ver
aquelas histórias em que as pessoas são obrigadas a se casar com desconhecidos,
mas uma pessoa casar com um estranho por vontade própria, isso é realmente
interessante e curioso. Um casamento é tão complicado! Casando com amor, já tem
seus obstáculos, fico pensando como seria casar sem amor, sem conhecer. Acho
muito assustador esse método, para ser bem sincera. O que vocês acham? Casariam
usando o método do Omiai?
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