Ao haru Rido - Aoharaido


      

      Lembro quando apenas lia esse mangá, lançado de forma tão lenta, em algum site. Simplesmente não havia como não amar essa história tão linda, então acompanhava. Até que, um dia, nos presentearam com o anime, o live-action e, mais que isso, aqui no Brasil, lançaram o mangá. Não há nada mais incrível do que ver uma obra ganhando vida, seja por anime ou filme. Para mim, que coleciono mangá, não há nada mais satisfatório do que aquela obra que tanto estimo estar em minhas mãos. O mangá foi lançado, no Japão, em 2011. Tem uma ilustração maravilhosa e a história corre de forma tão detalhada, que é impossível não preferir o mangá, depois de tudo. No Brasil, foi trazido pela editora Panini, em 2015. Em 2011, foi lançada a light novel. Nunca tive acesso a esse conteúdo, mas gostaria, porque realmente gosto muito dessa obra.


            O anime foi lançado em 2014. Lembro que, naquela época, me empolguei em ver conforme o lançamento, o que é incrível vindo de mim, já que não tenho paciência. Eu amei a produção. As vozes se encaixaram perfeitamente aos personagens. Eles tentaram seguir a história original o máximo possível, mas, como toda obra, tem alguns cortes que eles acharam necessários. Gostei bastante do anime. Achei uma pena ter tido poucos episódios. Até hoje, me pergunto por que uma história tão incrível não teve uma segunda temporada. Acredito que todos os fãs estavam esperando por isso, afinal, o final do anime foi extremamente ambíguo. Porém, já passaram 5 anos e nada. Os fãs tiveram que se satisfazer apenas com o mangá, o que não é de fato um problema, mas teriam gostado se tivesse saído outra temporada.


            O live-action foi lançado em 2014 também. Naquela época, eu era bem resistente aos filmes japoneses, que tinham uma péssima qualidade. No entanto, esse me surpreendeu. Depois de ver tantos ruins, finalmente os japoneses se superaram. A qualidade está incrível. Ele foi meio que um resumão, até porque não é fácil fazer uma história de 14 volumes se transformar em 1 hora e meia de filme. Eles fundiram alguns acontecimentos, cortaram outros, mas colocaram as cenas principais e mais importantes, sem falta. Acho incrível quando vemos, na tela, aquela cena que só vimos ilustração, perfeitamente idêntica. Os atores escolhidos caíram tão bem com cada personagem, que parece que haviam nascido para o papel. Me senti realmente diante dos personagens, os quais eu via no mangá. Muito incrível. Diferentemente do anime, que só foi até uma parte da história, o live-action faz um resumão e consegue chegar até o final.


                A história envolve uma adolescente que, embora já esteja em seu primeiro ano do ensino médio e muitas coisas já tenham mudado, não consegue esquecer os sentimentos que foram desenvolvidos durante o melhor verão de sua vida, no ensino fundamental. Naquele dia, em meio a chuva, se abrigou em um templo no caminho de casa e acabou notando a presença daquele único garoto que chamava a sua atenção. Ela odiava garotos, por vários motivos, no entanto, por alguma razão, não conseguia odiá-lo. Havia uma sensação de segurança e conforto que vinham de sua presença. Tímidos com esse encontro inesperado, o garoto, a fim de puxar conversa, diz: “Caiu ... meio que do nada, né?”. Uns dias depois, ele a convidou para irem ao festival juntos. Contudo, quando o dia chegou, ela o esperou, esperou, mas ele não apareceu. Ansiosa, esperando que as férias de verão acabassem para saber o que havia acontecido e dizer, finalmente, os seus sentimentos, fica frustrada quando recebe a notícia de que ele havia se mudado. Esse foi o fim do seu primeiro amor. Um amor do qual ele nunca saberia a existência.


            Agora, ela está em uma nova fase de sua vida, e mesmo que aquelas lembranças calorosas estejam bem guardadas em seu coração, existem coisas mais sérias, no momento, que ela precisa lidar. Praticamente, no fim do seu primeiro ano do ensino médio, ela já não era mais a mesma de antes. Muitas coisas ruins aconteceram e contribuíram para o que ela é hoje: uma garota que oculta seu verdadeiro jeito de ser para poder fazer amigas. Por causa de um mal-entendido durante o fundamental, que a levou a ser excluída da turma e a não ter amigas, resolveu se comportar de forma diferente em sua nova vida, para não acontecer novamente. Mesmo diante desse tipo de vida, ela ainda sente falta daquela época e, às vezes, quando escuta o sobrenome dele por aí, faz uma pausa para observar se não seria ele. Um dia, nos corredores da escola, um garoto acaba esbarrando nela. Embora ela não tivesse visto seu rosto e a voz fosse diferente, aquele encontro a fazia pensar que poderia ser o seu primeiro amor. Ao correr na direção dele, antes que pudesse chamar o seu nome, alguém o chamou por um nome diferente, o que o fez olhar para trás. Com sua cabeça cheia de pensamentos sobre aquele momento, enquanto ia para casa, avista aquele mesmo garoto. Ele olha para trás, encarando-a diretamente, e entra no templo. Sim, aquele templo onde, pela primeira vez, ela havia conversado com seu primeiro amor, naquele verão. Sem pensar duas vezes, ela o segue. Quando chama o seu nome, o garoto a encara e diz que não era ele. Então, envergonhada, ela pede desculpas e se vira para ir embora. Contudo, o rapaz diz: “Caiu ... meio que do nada, né?”. Seu primeiro amor estava ali e, enquanto conversavam, acabou descobrindo que não somente sua altura, voz e nome haviam mudado, mas seu interior era diferente.  Agora, uma nova história está para se iniciar a partir desse reencontro com o seu primeiro amor. O que aconteceu para ele mudar tanto? Como será o relacionamento deles a partir de agora? Poderia o amor daquela época renascer?


            Futaba Yoshioka é uma garota bonita que, antes, era meiga e muito feminina. Foi excluída pelas meninas e abandonada até mesmo por sua melhor amiga, por ser popular entre os garotos, o que causou vários mal-entendidos. No ensino médio, ela decidiu mudar, se forçando a se tornar menos atraente possível, sendo uma garota sem modos, barulhenta e comilona. Apesar dela nos mostrar essa falta de otimismo no começo, no desenvolvimento, ela começa a nos mostrar a sua coragem, se tornando uma heroína impressionante. Começa a ver que amizades que foram cultivadas, escondendo quem era, eram apenas amizades superficiais. Então, começa a nos mostrar sua determinação, gentileza e seu lado compressível. O que torna essa personagem mais especial é não hesitar. Uma vez que se libertou de todas as amarras do passado, se tornou verdadeira consigo mesma e corajosa. Quando tinha certeza do que queria, não hesitava nem um seguindo e ia em frente. Assim, ela conquistou verdadeiros amigos e teve força para ajudar a pessoa que lhe era especial. Futaba passou por muitas situações difíceis, mas, mesmo assim, decidiu que derrubaria seja lá quantas portas fossem necessárias para alcança-lo.


            Kou Mabuchi é um rapaz bonito. Era extrovertido, calmo e gentil, no entanto, após passar por diversas situações difíceis, se tornou um adolescente sarcástico e rude. É uma pessoa que mostra um bem-estar superficial e que só não engana aqueles que o conhecem bem. Kou se tornou depressivo e indiferente, e o que o deixou assim está envolvido por muito mistério. Apesar disso trazer um certo charme, ele, na verdade, está lidando com muita dor, em profunda escuridão e, no fundo, está gritando por socorro incansavelmente. Kou não se permite se aproximar demais das pessoas, sempre levantando paredes e impedindo que se aproximem além do que devem. No entanto, ao reencontrar Futaba, não importava o quão rude ele fosse e o quanto a empurrava para longe, ela continuava escalando suas paredes e descobrindo mais sobre essa dor e escuridão que estavam tragando-o todos os dias.  Foi assim que ela se tornou a sua heroína, a sua luz no fim do túnel frio e escuro que estava vivendo.


            Ao se reencontrarem, várias coisas sobre o passado, que ficaram sem explicação, foram solucionadas: os sentimentos recíprocos, os mal-entendidos e o que o levou a desaparecer. No entanto, ainda que, naquela época, eles estivessem envolvidos pelos mesmos sentimentos, agora era outra etapa de suas vidas e muitas coisas haviam mudado, os sentimentos, muito provavelmente, também. Mesmo assim, era fato que nada daquilo havia morrido de verdade. Ela continuava buscando o seu amado do passado no atual, mesmo que não tivessem vestígios e, constantemente, dizia a si mesma que não gostava do atual. Aos poucos, ainda que não admitisse de imediato, estava sendo cativada por esse novo Kou, que ficava oscilando entre suas atitudes do passado e as atuais. Assim, estava cada vez mais convicta de que queria alcança-lo e salvá-lo, custasse o que custar. Ainda que não fosse aquela que estava em seu coração, pelo menos como amiga queria o ajudar.  Eu admiro muito a Futaba, por se tornar uma garota tão forte e cheia de atitudes. Nos mostrou várias vezes que, não importa o quanto amamos muito alguém, não podemos esquecer o nosso amor próprio. Temos que nos dar o direito de seguir em frente e não nos afundar em um amor que parece que nunca será correspondido. Muitas coisas aconteceram, felizes e tristes. Ainda assim, o destino estava reservando algo inimaginável para a vida de ambos.


            Yuuri Makita é uma estudante do ensino médio, feminina, meiga e fofa. Apesar de aparentar ser indefesa e ser ignorada por todas as meninas de sua sala, vejo que tem muito amor próprio, não se deixando ser reprimida tão facilmente por essas coisas. Não está disposta a mudar de jeito algum para a satisfação alheia. É ela mesma, sem sentir culpa por isso. Mesmo que solitária, ela não tem medo e nem vergonha de ser quem é. Depois de Futaba ter vencido seu complexo que a levou a ter amigas superficiais, elas se tornaram verdadeiras melhores amigas. Yuuri acaba se apaixonado por Kou, o que causou uma pequena bagunça no coração da amiga, que não queria admitir seus sentimentos, mas que sabia que existiam. Tinha medo de perder a amiga, se dissesse que gostava do mesmo garoto. Em meio a muitas situações, ambas foram honestas uma com a outra e decidiram fazer o melhor de si para conquistar o Kou, sem ressentimento de ambas as partes.


            Shuuko Marao é uma estudante do ensino médio, muito bonita, exteriormente fria e séria. Um verdadeiro lobo solitário que levanta muros, evitando que as pessoas se aproximem. Tudo isso por não confiar nas pessoas, principalmente em garotas, por causa de acontecimentos do passado. Ela se apaixonou pelo professor Tanaka, irmão mais velho de Kou, depois dele dar vários conselhos para ela aproveitar o ensino médio e escolher sua profissão. Shuuko declarou que, no futuro, queria ser esposa dele e se tornou séria em suas investidas. Ele não corresponde, mas não a rejeita por completo, nos fazendo entender que ela mexe com seus sentimentos, de certa forma. No entanto, ela ainda continua em seu mundo fechado, que volta e meia um colega de sala, animado, tenta invadir. As coisas só se transformaram na mudança da turma para o segundo ano, quando acabou virando amiga de Yuuri e Futaba. No começo, a aproximação foi à força, mas ficaram amigas verdadeiramente. Muitas coisas acontecem, inclusive as mudanças de sentimentos.



            Aya Kominato é um estudante do ensino médio. Ele é mestiço (filho de japonês e francês), extrovertido, espontâneo, atencioso e muito aberto. No começo, parece que ele não tem nenhum problema social, mas, no desenvolvimento do mangá, vemos que, quando criança, enfrentou alguns probleminhas, por ser mestiço e todo meigo. Então, após sua irmã mais nova nascer, decidiu se tornar mais forte e começou a conquistar o seu lugar, sendo extrovertido e não levando nada ao pé da letra. No entanto, ele não conseguiu nenhum amigo verdadeiro. Algumas pessoas eram legais pela frente, mas falavam mal pelas costas. Uma vez que ele foi defendido por Shuuko Marao, no primeiro ano do ensino médio, ela se tornou sua heroína e seu interesse amoroso. Ele fez de tudo para fazê-la lhe dar atenção, mas ela não se abria. No segundo ano, ficou na mesma sala que ela e prometeu fazê-la se abrir nessa nova etapa. As coisas acabaram indo bem para ambos. Ela fez amigas e ele, finalmente, fez um grande amigo, o Kou, de quem, no começo, não gostava, por ser irmão do professor Tanaka, porém, acabou criando uma profunda amizade com ele. Ele mostrou ser um grande amigo e foi uma das pessoas a somar em salvar o Kou da escuridão que insistia em ficar. Aya também deu duro para conquistar o coração de Shuuko.


            Touma Kikuchi é um estudante do ensino médio. É um garoto tímido, gentil e honesto. Apesar de sua aparência, tem atitudes muito másculas. É fofo como ele fica facilmente ruborizado. Touma é da mesma série que os demais personagens, mas é de outra sala. Ele acaba conhecendo Futaba em um incidente bem constrangedor, que o levou a ter uma péssima primeira impressão dela. No desenvolvimento, acaba se apaixonando pela Futaba e, mesmo sabendo que ela era apaixonada pelo Kou, deseja profundamente que ela o considere. Sua aproximação de Futaba, acendeu chamas de ciúmes em Kou, que, às vezes, sem perceber, fazia coisas para os afastar. Uma vez que o seu rival no amor machuca seriamente a sua amada, resolve se declarar e fazê-la enxerga-lo. Acho que ele é um verdadeiro amorzinho. Gostei muito dos momentos que teve com a Futaba. Acho-o extremamente compressível, o que pode ser bom ou lamentável.  


            Yui Narumi é uma estudante do ensino médio. Era amiga da mesma escola de Kou, quando ele se mudou durante o fundamental. Aparentava ser gentil, amigável e sociável.  Ela e Kou ficaram amigos na época, porque ela o ajudou a socializar na sala. No entanto, logo se apaixonou por ele, mas o mesmo já deixava claro para todos que tinha alguém em seu coração. Depois de um tempo, acabaram perdendo o contato, recuperado apenas em um trágico momento da vida de ambos, o que os fez ficarem amigos próximos novamente.  Ela apenas aparece no mangá e no live-action. Ela volta à vida de Kou muito mudada, assim como ele. Contudo, se tornou totalmente dependente da boa vontade do Kou e usou todos os meios emocionais possíveis para prendê-lo a ela, mesmo que isso significasse afundá-lo na escuridão.
            AoHaraido ou Ao haru ride não é tão diferente de muitas histórias, no entanto, provavelmente por não se uma história em que o homem salva a mocinha, mas uma heroína que salva o mocinho, torna-se muito mais intrigante e interessante. É diferente dos demais. Com toda certeza, eu indico: anime, mangá e live-action. Você tem que ver todos, porque são realmente muito bons.  Não faz muito tempo que o mangá foi concluído, mas demorei a terminar de ler. Quando cheguei ao último volume, a autora me deu um susto tão grande, que afirmei: “Se for o que estou pensando, boto fogo em todos os volumes, só de raiva.”. Ainda bem que foi alarme falso. INDICADÍSSIMO!!!



Gênero:   Romance, drama, comedia, Shoujo
Autor: Io Sakisaka 
Mangá:  13 Volume 
Anime:   12 episódios 

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