Majo no Jouken ( J-Drama)


     

       Sempre tive uma grande queda por romances proibidos. Quando encontrei esse dorama, há alguns anos, fiquei realmente surpresa. Nunca acreditei que encontraria um dorama de romance entre professora e aluno. Até mesmo nos mangás encontramos muitas histórias de romance entre professor e aluna. É muito raro o oposto. Até hoje, encontrei, no máximo, três histórias. Então, foi uma grande surpresa encontrar um dorama com um desenvolvimento tão polêmico quanto esse. “Majo no Jouken” foi lançado em 1999 e, apesar de ter 19 anos, podemos ver que, de acordo com a época, teve uma ótima produção. Claro que nada comparado ao desenvolvimento dos doramas de hoje em dia, mas, se for ver pela época, a qualidade está ótima. Foi tudo muito bem bolado e o elenco é maravilhoso. Se eu for criticar uma coisa, seria o final, que me pareceu muito incerto.


            A história envolve duas vidas distintas: uma professora, que vem seguindo a vida preocupada com o que os outros pensam, sufocando sua própria vontade e desejo, e um adolescente que tem tentando se livrar das amarras que atam suas mãos, o impendido de viver como quer. Num dia como qualquer outro, seus caminhos se cruzaram em um acidente. A professora atravessava a rua e o adolescente, que vinha com a moto, quase a atropelou. Ao perceber que sua aliança de noivado havia sumido quando caiu no chão, desviando da colisão, ficou desesperada à procura. O jovem encontra e a entrega em suas mãos, sem dizer uma palavra, e vai embora. Eles nem imaginavam que aquele encontro era só o começo do que estava para vir. Um tempo mais tarde, ao chegar na escola, a professora recebe a notícia de que ganhara um novo aluno problemático em sua classe.  Fica surpresa quando notou que o aluno era o rapaz que quase havia a atropelado algumas horas mais cedo. Apesar de dizerem que ele era problemático, o rapaz agia de forma muito respeitosa e calma com ela.
            A jovem professora, que se encontrava sufocada com sua vida particular e profissional, começou a se cativar pelo seu novo aluno que, apesar dos problemas que carregava, estava fazendo de tudo para ser livre. Ao assistí-lo dando tão duro, apesar de jovem, ela começou a sentir o desejo de também ser livre e de fazer o que tinha vontade,  sem se importar com as consequências, porque viver pensando nas aparências e no que os outros iriam pensar já estava matando-a. Ir numa aventura pela primeira vez, de forma contrária a tudo que ela lutava para manter, a fez muito bem. Sentir o sabor de ser livre foi algo que lhe deu satisfação pela primeira vez. Assim, começou um relacionamento de cumplicidade entre uma professora e um aluno.
            Um dia, o estudante lhe da um beijo. Apesar de rejeitar totalmente sua ação, seu coração fica mexido. Pela primeira vez, ela sentia a empolgação de ter sentimentos por alguém, como uma adolescente que acabou de conhecer seu primeiro amor. E agora? O que ela fará? Se entregará a esse sentimento, ainda que isso acabe com sua carreira e com sua imagem?


            Michi Hirose é uma mulher de 26 anos que se formou em pedagogia por influência de seu pai, se tornando professora. Sempre se esforçou para seguir as regras de vida de seu pai, que era muito rígido. Mesmo em sua adolescência, nunca havia sequer cometido uma rebeldia. Agora, uma mulher madura, mesmo que ela já estivesse acostumada a isso, a jovem professora estava sufocando. Trabalhando em uma escola arrumada por seu pai, sendo hostilizada por seus colegas, por ser nova e por ter conseguido trabalho por influência, e ainda ter que manter a pose, aceitando tudo com respeito, sem sequer dizer algo contrário, era difícil. Apesar de dar duro como professora, ainda não tinha respeito de seus alunos, que até praticavam bullying com ela. Em sua vida particular, apesar de ter uma boa relação com seu namorado, que era um homem gentil, ela não sabia se o amava, quanto mais se estava preparada para seguir o próximo passo e se casar. Essa hesitação era prova de que havia algo errado. Mesmo assim, ela não sabia como ir contra isso. Quando conheceu seu aluno, Hikaru, tudo dentro de si passou a mudar. Cada medo posto em si pela sociedade e opressão de seu pai foi vencido um a um. Acho que ela nunca se imaginou em uma paixão avassaladora com um aluno.


            Hikaru Kurosawa é um adolescente de 17 anos que foi expulso da escola, com o rótulo de causador de problemas, sendo visto como um delinquente. Ele tem uma relação complicada com sua mãe, que é muito protetora, e que deseja que ele, futuramente, herde o hospital que ela administra. Por essa razão, as cobranças e expectativas sobre ele são altas. Tudo isso mais a proteção excessiva de sua mãe o sufocam, então, ele busca liberdade. Trabalhou escondido para adquirir uma moto por conta própria. Aquela foi uma experiência incrível, que o fez valorizar o dinheiro ganhado por si próprio. Hikaru tem aulas particulares em casa. Sua mãe não espera muito de seu desenvolvimento na escola, porém, precisa, pelo menos, ter presença, o que deixa ele muito chateado, uma vez que descobre os acordos dela em sua nova escola. Foi a primeira vez que ele conheceu uma professora como Michi. Ela seguia o rótulo de todo professor, mas, se observasse, dava para ver que ela tentava se esforçar em tentar mudar situação pelos seus alunos. Depois de ser visto por ela em situações complicadas, e ele também vê-la em situações complicadas, acabou nascendo uma cumplicidade entre eles. Sem se dar conta, ele já tinha sentimentos fortes por ela.


            Quando se é adolescente, podemos fazer escolhas sem hesitação. Podemos nos mover como nosso coração manda, sem temer as consequências. Hikaru, que estava apaixonado por sua professora, não hesitou nem um segundo sobre como se sentia.  Porém, para Michi, uma professora, uma mulher madura que estava sendo visada pela sociedade, não era tão fácil se livrar das amarras e seguir seu coração. Até porque amar seu aluno não era algo tão fácil, nem mesmo para ela. Quanto mais ela o evitava e tentava seguir o que era politicamente correto mais ela se via apaixonada. Sentimentos que ela jamais havia tido antes por uma pessoa, Hikaru a fazia sentir. Tomada por uma paixão avassaladora, ela chutou o balde, encarou o mundo todo e se deixou entregar por seu amor, que não era aceito, não importa onde pisasse. O que havia de errado em amar? Por que ele era um aluno? Ou por ele ser mais novo? Se o amor era mútuo, por que tinham que se esconder?  Michi chegou a ser presa, acusada de seduzir e abusar de um de menor. Esse amor que foi balançado por ondas de problemas. Que tipo de final irá ter?


            Masaru Kitai é o namorado de Michi. É um homem comum, trabalhador de escritório, gentil, amigável e um pouco desajeitado. Eles estavam em um relacionamento por um bom tempo. Então, já achava que estava na hora de dar o próximo passo e, de um jeito nem um pouco romântico, ele a pediu em casamento. A Michi não foi envolvida por nem um sentimento de amor, a não ser realmente o de hesitação em seguir por esse caminho, lhe fazendo ter a ideia de que, talvez, não o amasse, no fim das contas. Ele sequer percebeu. Ou talvez percebeu, mas se fez desentendido, porque tinha certeza que ela, no fim, seria sua mulher. Quando descobriu que ela estava apaixonada por um aluno, ele se sentiu humilhado. Então, pela primeira vez, não sei se foi por medo de perdê-la ou por machismo, ele mostrou um lado mais agressivo. Com seu orgulho ferido por estar sendo trocado por um moleque do segundo grau, ele acabou ficando um tanto possessivo com a ideia de tê-la, não importa o que tivesse que fazer, sem notar que ele só estava se humilhando mais ainda. É uma situação tensa, porque ele foi, de certa forma, vítima. Antes dela se envolver com seu aluno, deveria ter tido uma conversa e terminado o relacionamento de uma vez. Essa situação meio que desestabilizou a vida dele toda, então, não consigo achar que a Michi foi muito legal com ele. Claro que ela tentou terminar, mas só depois que o estrago já estava feito.


            Kiriko Uda é amiga, desde o tempo de escola, de Michi. Trabalha como secretária na mesma empresa que Masaru. Ela teve o desprazer de apresentá-los um para outro. Desprazer, porque ela gostava dele, mas, ao apresenta-los, os dois logo começaram um relacionamento. Cheia de inveja e angústia, apesar da amizade de tempos das duas e fingir estar tudo bem, ela não conseguia evitar desejar que não desse certo. Tanto que foi ela que contou para Masaru sobre a Michi estar interessada em um de seus alunos. Depois, até se disponibilizou para ajudar a amiga. Porém, a traiu e a ex. professora acabou sendo presa pela segunda vez. A Michi poderia ter levado para o lado pessoal, mas ela ouve seus motivos atentamente, sem criticar ou qualquer coisa. Quando Kiriko estava para desistir de várias coisas, a Michi a trouxe de volta e a fez não desistir, dizendo que era sua única amiga.


            Jun Kinoshita é uma estudante de 17 anos, introvertida e solitária. Está sempre lendo seus livros e faz parte da classe que a Michi era responsável. Fez amizade com Hikaru, mesmo em hesitação. Sempre recusou a atenção da professora, por não confiar nela, por ver que era uma pessoa que só ligava para as aparências e que, na hora de fazer as coisas acontecerem, se atrapalhasse sua imagem, ela colocava o rabo entre as pernas e passava a ignorar o problema. Por essa razão, ela não confia em ninguém, muito menos em professores. Ela está sempre perdida em seus livros, sem amigos. Um dia, Hikaru vê um grande hematoma por acidente no corpo dela, porém, ela recusa a falar sobre isso. Quando a Michi estava envolvida em seus problemas pessoais e nem era mais professora da escola, sentiu que a garota estava precisando de ajuda. Quando visitou a sua casa, entendeu que a menina sofria nas mãos de um pai alcoólatra, que batia nela. Então, pediu que sua mãe cuidasse dela. Ela apoiou muito os dois, e passou a admirar muito sua professora.


            Kyoko Kurosawa é a mãe de Hikaru. Ela é muito obsessiva quando as coisas estão relacionadas a ele, esquecendo até mesmo seus deveres como diretora de um hospital. Ela o persegue em todos os cantos, coloca pessoas para o vigiarem, e não para de ligar no telefone para saber onde está e com quem está, entre outros. Quando não gosta da amizade, ela atrapalha a relação também. Quando conheceu a nova professora dele, ficou preocupada por ser uma mulher jovem e bonita. Assim, começou a manter mais cuidado, ao ponto de, tudo que se relacionava à professora, ela dava um jeito de barrar. Essa mãe é um pouco esquisita. Sua obsessão, superproteção e as coisas que fazia e agia, às vezes nos faziam entender que ela o amava mais que filho. Acho que, como qualquer mãe, seria difícil aceitar o filho de 17 anos tendo um relacionamento com uma mulher de 26 anos. Na história, é interessante, atrativo e bonitinho, mas, se for pôr no lugar da mãe, não seria tão fácil aceitar, apesar de achar que ela exagerou muito nas ações dela. Não parecia ser apenas uma mãe. Não tiro a razão por não aceitar e achar absurdo. Acho que qualquer mãe e pai não aceitariam tal situação, mas algumas ações foram desnecessárias.


            Esse dorama é cheio de polêmicas. Mostra muitas situações e muitos tipos de pessoas. Sou suspeita, porque realmente amo a história. A trilha sonora foi amor à primeira nota. Já tem uns 5 anos que conheço e escuto sempre, inclusive virou trilha sonora do melodrama que estamos fazendo aqui no blog, First love, da cantora Hikari Utada, que também já apareceu por aqui um monte de vezes. É difícil encontrar esse dorama hoje em dia, mas não impossível. Se eu achar o link, colocarei aqui embaixo. INDICADÍSSIMO!!!


Gênero:    Romance, Drama
Autor: Kazuhiko Yukawa
Dorama:    11 episodio 

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