Esse mangá foi inspirado em um filme
chamado “O Pacto”, que foi lançado no Japão em 2001. A produção é péssima, por
ser antiga. O começo é realmente chocante e assustador, porém, devo dizer que estragaram
o final. Não vi ninguém no elenco que eu conhecesse de outros trabalhos. Apesar
de ter o mesmo teor que o mangá e ter algumas cenas parecidas, são histórias
diferentes. Então, não interfere em nada você ver o mangá antes do filme ou o
filme antes do mangá. A única coisa que, talvez, vocês possam acabar concordando,
é que a forma como se desenvolveu a história no mangá é muito melhor que o
filme. Contudo, parece que existe um outro filme, mas não consegui encontrar.
A história do filme envolve um macabro
acontecimento: uma série de suicídios coletivos estão ocorrendo. Embora a polícia,
no começo, achasse que se tratava, realmente, de suicídios, acabam começando a
achar estranho quando isso começa a acontecer com mais frequência entre muitos
tipos de pessoas. Depois de algumas investigações, eles descobrem que existe um
clube do suicídio. Apesar de descobrirem isso, e um dos policiais tentar de
tudo para encontrar quem são as pessoas por trás disso, induzindo muitos à
morte, não conseguiram encontrar nada concreto. No entanto, quanto mais a
investigação se afunda mais eles percebem quão obscura é essa crença misteriosa,
que tem levado essas pessoas a escolherem a morte.
O mangá foi lançado em 2008. Todavia,
em 2001, havia saído uma versão do mesmo, mas o mangaka resolveu refazê-la em
2008. Pelo menos foi isso que entendi lendo o prefácio do mangá. Acho a
ilustração muito bem definida e os traços dos personagens são realmente belos. É
um mangá um tanto macabro, que aborda assuntos como depressão, mutilação,
prostituição, bullying e, claro,
suicídio. Diferentemente do filme, que puxa bem mais para o lado do horror, sem
trabalhar os motivos, ele nos faz enxergar melhor as situações de vários
adolescentes, que às vezes nem imaginamos, mas estão sofrendo e fazendo todo
tipo de coisa para se livrar um pouco da dor ou para se encontrar.
O enredo envolve um acontecimento
assustador: 54 estudantes femininas de vidas distintas, porém conhecidas, se
suicidaram, se atirando na frente do metrô, com o testemunho de várias pessoas
que estavam ali querendo pegar a condução. Uma visão do verdadeiro inferno, foi
isso que as pessoas viram. Porém, no meio daqueles corpos, havia uma menina com
vida, o que era praticamente impossível. Ninguém entendeu o porquê isso havia
acontecido, muito menos ela, que não conseguia se perdoar por ter sobrevivido e
não ter seguido o caminho que desejava junto da pessoa por quem tanto tinha
apreço. Essa garota, que não conseguia mais sentir qualquer prazer na vida,
tinha uma amiga que, apesar de um pouco tarde, estava tentando salvar o seu
coração e sua vida. Entretanto, nada fazia efeito e cada dia mais ela parecia
envolvida numa escuridão assustadora. Quando percebeu, ela estava com um brilho
diferente, e cada dia mais rodeada por muitas meninas que a seguiam como se ela
fosse a abelha-rainha. Sua amiga nem sequer conseguia mais se aproximar dela.
Então, numa dessas de entender o que estava acontecendo, ela acaba descobrindo
o clube do suicídio e a suas crenças, que induziam, no final, a escolher o
suicídio. E agora? O que essa amiga irá fazer para impedir que, mais uma vez,
algo como aconteceu antes aconteça novamente e salvar a sua amiga, que é tão
preciosa?
Saya,
antes de se perder, costumava ser uma garota bem vivaz, porém, depois do
colapso de seu pai, passou a mudar, se tornando distante de sua melhor amiga e
cada vez mais rebelde, se prostituindo e se mutilando. Assim, acabou cada vez
mais se afundando numa escuridão em que não conseguia ter qualquer perspectiva
de vida. Até que encontrou uma pessoa, Mitsuko, que mudou a sua vida, lhe
trazendo uma perspectiva de vida diferente. Assim, ela era capaz de sentir a felicidade
novamente e ter um relacionamento consigo mesma, por causa dessa pessoa. Porém,
ela continuava se mutilar e se prostituir, mas com um sorriso no rosto. Todo o seu
tempo era dedicado a esse clube social. Foi assim que ela foi movida por uma
crença que a levou a tal situação.
“Por que eu não
peguei as dores da Saya como se fosse minhas?”
Kyoko
é uma estudante normal, convicta e sociável. Só foi realmente abrir seus olhos sobre
a situação de sua amiga quando ela quase morreu, tentando suicídio. Apesar de
tentar de tudo para trazer a sua amiga de volta e a salvar dessa escuridão, nada
estava dando certo. Ela foi envolvida por muitos arrependimentos sobre os
momentos em que sua amiga precisou tanto dela, mas ela estava envolvida demais
com sua própria vida e felicidade, que não esteve com ela quando mais precisou,
o que a levou a buscar medidas tão extremas para se livrar da dor que estava
consumindo-a. Kyoko não fazia ideia de que a coisa era mais complicada do que
ela imaginava e que tipo de direção isso iria tomar.
Mitsuko
era a líder desse clube assustador. Somente com sua presença e persuasão, ela
trazia paz para quem a seguia. Essas pessoas a cada dia a tratavam como seu
Deus e como tudo que elas precisavam para continuarem vivas. Apesar de achar
que o nome daquela pessoa era realmente Mitsuko, depois dela morrer, esse nome
passou a ser usado pela Saya. Depois de algumas investigações, descobriram que
esse nome era passado para vária outras que se agregaram como líder desse clube,
o que deu a entender que as sobreviventes de cada suicídio coletivo herdavam
uma entidade chamada Mitsuko. Então, não
era, provavelmente, apenas uma pessoa com o poder de dominar a mente humana,
havia algo sobrenatural nisso tudo.
Apesar de toda essa situação bem
macabra, o que me alarmou mesmo foram umas frases da Saya: “Parei de me
relacionar comigo mesma”; “Eu tenho inveja da relação que você tem consigo
mesmo.”; “Você não entenderia, você nunca se perdeu”. Eu já havia pensado sobre
isso, mas ver essa personagem falando me fez ter mais reconhecimento sobre
isso. Uma pessoa que está em depressão muitas vezes não se encontra em tal
situação por causa das pessoas à sua volta, mas por causa do relacionamento que
ela não consegue ter consigo mesma. Porém, devemos ter, para sermos capazes de
encarar a vida e lutar. Não tem nada mais assustador do que se perder. Eu já me
perdi algumas vezes, mas quando me encontrei e passei a reconhecer coisas sobre
mim mesma, passei a me libertar. Oro para que todas as pessoas tenham alguém do
bem em suas vidas, que as apoie nas horas difíceis, mas minha oração é mais
para que a própria pessoa se encontre, tenha um relacionamento consigo mesma e
se ame. Amor próprio é tudo que mais precisamos para não nos deixar levar pelo
mal que envolve o mundo e que tenta nos tragar.
Esse mangá é sinistro e tenso. Se
você tiver uma mente fraca, aconselho a não ler e nem ver o filme. Porém, se
não tiver e gostar desse tipo de história, vale a pena. Acho muito difícil
falar desse assunto. Claro que eu não sou especialista e tudo o que falo são
coisas que sinto e a experiência de uma telespectadora. Além de ser uma pessoa
que é amiga de várias pessoas que têm seus próprios problemas. Então, com isso,
eu tento muito fazer o possível para consegui ser o apoio para essas pessoas
serem fortes. Espero que você preste mais atenção aos seus amigos. Se você é
realmente amiga dessa pessoa, a ajude. Não precisa entender, se não consegue, mas
pelo menos seja o apoio. Seja aquela a estar ao lado dela. Escute e mostre que,
se for necessário, mesmo que não possa fazer muito, estará lá por essa pessoa.
Bom, já falei muito disso em setembro. Então, leiam “Orange” e “Vitamin”.
Gênero: Mistério, Horror, Tragedia
Autor: Usamuru Furuya
Mangá: 1 Volume
Live-action: 1 O pacto
Live-action: 1 O pacto
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